sábado, 16 de abril de 2011

PROFESSOR FOLHETO

VITAL FARIAS FOI ALFABETIZADO LENDO FOLHETOS DE CORDEL



A partir deste sábado vamos inaugurar uma nova seção em nosso blog chamada O DISCO DA SEMANA. Vamos resgatar vinis maravilhosos, sobretudo de artistas nordestinos que foram alfabetizados graças ao CORDEL ou têm influência da poesia popular nordestina em sua obra. O primeiro é o paraibano de Taperoá VITAL FARIAS, grande menestrel, inspirado instrumentista, como vocês podem conferir nesse LP de 1980, que tem por título o nome de sua terra natal: TAPEROÁ.
EM TEMPO – É preciso assassinar o ofídio e expor o cajado... A fonte de onde pescamos essa preciosidade é nada mais, nada menos que o excelente site FORRÓ EM VINIL (http://www.forroemvinil.com/), do qual somos colaboradores.

VITAL FARIAS – TAPEROÁ 
Epic/CBS, 1980

Arranjos do próprio Vital Farias, destaque para “Tema de beija-flor”, em parceria com o embolador Gavião, “Assim diziam as almas”, “Nós sofre mas nós goza” e para o instrumental curtíssimo, um choro “General da banda”, de sua autoria. Em todo o disco é possível detectar influências do Romanceiro Popular Nordestino.

O DISCO DA SEMANA


Vital Farias – Taperoá
1980 – Epic

01. Pra você gostar de mim (Vital Farias)
02. Eu sabia sabiá (Vital Farias / Jomar Souto)
03. Assim diziam as almas (Vital Farias)
04. Nave mãe (Vital Farias)
05. (Tudo vai bem) Nós sofre mas nós goza (Vital Farias)
06. Repente paulista (Vital Farias)
07. Tema de beija-flor (Vital Farias / Gavião)
08. Veja (Margarida) (Vital Farias)
09. Meu coração por dentro (Herman Torres / Salgado Maranhão)
10. General da banda (Vital Farias)
11. Prazer pelo avesso (Vital Farias / Salgado Maranhão)

Para baixar esse disco, clique aqui.
http://www.forroemvinil.com/vital-farias-taperoa/

A seguir, o seu resumo biográfico, extraído do site do próprio artista.

No começo, em Taperoá
Vital Farias fez seus primeiros estudos em casa, com seus irmãos mais velhos, lendo folhetos de cordel, ainda na Pedra D'Água, sítio onde nasceu, no município de Taperoá - Paraíba. Logo depois, começou seus contatos com a cidade de Taperoá, onde cursou o primário no Grupo Escolar Felix Daltro. Fez exame de admissão e parte do ginásio na Escola Professor Minervino Cavalcanti, que funcionou no mesmo grupo escolar, idealizado pela então benfeitor e amigo de todos nós Dr. Adonias de Queirós Melo (dentista, homem de muito amor pelas causas educativas).
Ave de arribação
Migrou para João Pessoa para servir o exército brasileiro (15º Regimento de Infantaria), onde passou dez meses e quinze dias. Saindo do exército, continuou seus estudos no Lyceu Paraibano em plena ditadura militar. Nesse tempo já compunha e já se sentia um cantador, pois as suas origens reclamavam da cultura do seu povo e trazia nas suas memórias, desde criança, muitas cenas em Taperoá e nos sertões vizinhos da profunda covardia do sistema capitalista que esmaga e oprime o trabalhador. Mas, por força das circunstâncias "lei da sobrevivência" formou um conjunto de iê-iê-iê juntamente com Floriano, Cecílio Ramalho e Golinha ao estilo The Beatles, que na época incendiou com suas canções belíssimas o mundo inteiro. Apesar disso, Vital não se esqueceu das cantigas de seu povo, das ladainhas, das incelenças e cantilenas e paralelamente desenvolvia um trabalho onde contemplava suas origens.
Suando a camisa
Na década de 70 foi professor do estado, ministrando aulas de teoria e violão por música, tendo como orientador Fidja Siqueira, Pedro Santos, Gerardo Parentes, Bento da Gama, entre outros. Paulatinamente conviveu e participou no Teatro Santa Rosa de vários trabalhos teatrais: ora como músico, ora como ator, ora como criador. Realizou alguns trabalhos de cinema. Com essa experiência, anos depois já no eixo Rio-São Paulo participou do premiadíssimo filme O HOMEM QUE VIROU SUCO (primeiro lugar no festival internacional de Moscou-1981). Atuou como diretor musical e roteirista poético.
No Pau-de-Arara
Em 1975 rumou para o Rio de Janeiro. Lá chegando, participou da peça do Diretor Luis Mendonça LAMPIÃO NO INFERNO juntamente com Pedro Osmar, seu companheiro de viagem e ex-aluno, Elba Ramalho, Tânia Alves, Kátia de França Imara Reis, Tonico Pereira, Madame Satã, Hélio Guerra, Joel Barcelos, Walter Breda, Damilton Viana, entre outros. Por outro lado, seguia seu sonho de poeta-cantador, compondo, participando das questões sociais e políticas do Brasil, chegando a participar da peça GOTA DÁGUA, de Chico Buarque e Paulo Pontes, seu amigo. Continuou, como sempre, alimentando seu desejo. Fez vestibular na CESGRANRIO, onde foi aprovado para o curso da Faculdade de Música, onde se formou em 1981. Nesse espaço de tempo teve orientação de arranjo e regência com os professores e Maestros Radamés Gnatali e José Alves de Sousa, ex-padre e professor-diretor da faculdade de música.
Poucos, porém grandes parceiros
Vital, por ser um cantador bisexto,nunca teve muitas parcerias. A não ser com Livardo Alves, Jomar Souto, com a obra Eu sabia, Sabiá, isso na Parahyba e depois com Salgado Maranhão, já no Rio de Janeiro, onde morou na casa do estudante universitário em Botafogo. Só para não esquecer, a ditadura campeava cerceando direitos e maltratando quem fizesse a verdadeira arte cidadã neste país, sendo achacado, diversas vezes impedido de cantar certas obras, etc. etc. etc.
Aleluia, habemus disco
Em 1978 faz na Polygram seu primeiro LP (VITAL FARIAS). Laureado por toda crítica brasileira, inclusive pela maior autoridade da crítica especializada no país José Ramos Tinhorão - historiador e crítico do Jornal do Brasil. Durante todo esse tempo, Vital continuou lendo, debatendo, fazendo palestras, cantorias. Seu trabalho, como é do conhecimento de todos nós, é um trabalho polêmico no que concerne ao Humano, Social, Político, Ecológico etc.
O resto é de domínio público. (se quiser saber de tudo que aconteceu com Vital Farias, pergunte a DEUS...)

Taperoá - Parahyba - Nordeste - Brasil - América do Sul - Ocidente - Planeta Terra - Via Láctea -AMÉM

   

4 comentários:

  1. Excelente novidade essa no blog Acorda Cordel. Arievaldo Viana é um dos mais ferrenhos pesquisadores do autêntico forró nordestino. E eu, como grande admirador da nossa música, tenho certeza que vou tirar bastante proveito desse espaço. Valeu, poeta.

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  2. É isso aí, Pedro. Pretendo aqui resgatar um pouco da obra de JOÃO GONÇALVES, ZÉ RAIMUNDO DO APUAIRÉS, MESSIAS HOLANDA, ZÉ RAMALHO, EDNARDO, JACKSON DO PANDEIRO, LUIZ GONZAGA, JOÃO DO VALE, dentre outros. Todo sábado postaremos um novo álbum com link para o FORRÓ EM VINIL ou o site POEIRA E CANTOS, outro grande espaço destinado à boa música brasileira.

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  3. Já está no ar a Radio Cultura Nordestina
    www.radioculturanordestina.com

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