terça-feira, 2 de agosto de 2011

ENTREVISTA

O blog CORDEL ATEMPORAL, do poeta Marco Haurélio, realizou uma lúcida e brilhante entrevista com o poeta Rouxinol do Rinaré. Muitas questões ligadas ao "novo cordel" (existe isso?) foram levantadas durante o animado bate-papo. Rouxinol, como sempre, foi ponderado, porém sincero e incisivo nas suas respostas. Leiam trechos e acessem o conteúdo integral no blog Cordel Atemporal (ver janelinhas do lado direito da tela).

Rouxinol do Rinaré


Ele não veio ao mundo para ser mais um figurante. No papel que desempenha no mundo da Arte, Antônio Carlos da Silva brilha sob o nome artístico Rouxinol do Rinaré. Inicialmente publicou folhetos de cordel para, depois, estabelecer-se como autor de infantojuvenis, a exemplo de Um curumim, um pajé e a lenda do Ceará e O alienista em cordel. Durante vários anos foi revisor da Tupynanquim Editora, dirigida por Klévisson Viana. Hoje, colabora com o editorial do IMEPH, por onde tem vários títulos editados.


Quem é, afinal de contas, Rouxinol do Rinaré? De onde veio, para onde vai?
R – Nasci Antonio Carlos da Silva, em Rinaré, localidade de Quixadá (atualmente Banabuiú, pela emancipação deste distrito), sertão central do Ceará. O nome literário, Rouxinol do Rinaré, surgiu em 1999, como autodenominação, uma homenagem ao lugar onde nasci e ao pássaro canoro (embora eu não cante, rsrs.), madrugador que, fazendo seu ninho nos frechais da casa de minha infância, me despertou tantas vezes com seu canto que ficou na minha memória. Assim, como Rouxinol, assinei meus primeiros versos publicados em um jornalzinho em Pajuçara (atual distrito de Maracanaú) e em seguida meus primeiros cordéis.
De onde vim, já disse... para onde vou só Deus sabe. Rsrsr.

Como você chegou à literatura de cordel, ou ela chegou a você?
R – Sou de origem rural e, quando nasci, o entretenimento das bocas de noite no sertão era a leitura de “romances” e “folhetos”, os atuais cordéis. Desde que me entendi por gente ouvia meu irmão mais velho, Severino Batista, lendo os romances. Quando aprendi as primeiras letras, passei a ler também para meus pais e vizinhos nas debulhas de feijão e nas noites comuns (não tínhamos televisão).

Com a filha Julie Ane


Vários membros de sua família estão envolvidos com a poesia, incluindo sua filha Julie Ane e seu sobrinho Josué. Poderíamos chamar a família Silva de família Cordel?
R – “Família Cordel”, é ótimo, rsrsr. Quero confessar uma coisa: meu irmão mais velho, que já citei aqui, era metido a repentista e gostava muito de ler e escrever. Como meus pais viviam de lavoura e esse meu irmão não queria nada com serviço pesado era tido como vagabundo, “ovelha negra” (se é que ainda se pode usar essa figura de linguagem, rsrs.). Então, por muito tempo, ninguém lá em casa queria ser poeta, por causa da discriminação. Eu, que morei muito tempo com Severino, fui quem rompeu com isso. Enfrentei as gozações dos demais e comecei a escrever. Somente após publicar e conquistar alguns prêmios é que minha família parou com as gozações (perceberam que poesia tinha futuro, rsrs) e alguns outros irmãos meus começaram a assumir seus talentos de poeta, a começar pelo Evaristo Geraldo. Tem mais o Godofredo (o mais novo dos onze) e o Armando que também escrevem. E agora a nova geração da “Família Silva” (como diria o Klévisson): minha filha Julie Ane e Josué (filho do Evaristo).

Cite cinco cordelistas que tenham exercido influência em sua obra.
R – Leandro Gomes de Barros, José Camelo, Delarme Monteiro, José Pacheco e Joaqim Batista de Sena, sendo que, de todos, me identifico mais com Delarme.
(...)


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