sábado, 14 de janeiro de 2012

HOMENAGEM

 
 
 
O bisneto YURI GABRIEL visita o casarão onde morou MANOEL LIMA.
 
 
 
 
 
 
 
 
                                                                                                                                                                       O meu amigo e parceiro PEDRO PAULO PAULINO, através de seu blog VILA CAMPOS ONLINE (www.vilacamposonline.blogspot.com) prestou uma comovente homenagem ao centenário de meu avô MANOEL LIMA. OBRIGADO, POETA!
 
 
 
 
Na data de hoje, no ano de 1912, nasceu o Sr. MANOEL BARBOSA LIMA. Completaria, portanto, um século. Foi um dos homens mais destacados de todo este sertão, como cidadão de bem, comerciante e dono da Fazenda Ouro Preto, no município de Quixeramobim, atualmente Madalena. Seu Mané Lima, como era conhecido, é o avô paterno do poeta Arievaldo Viana Lima. O blog presta uma homenagem ao seu centenário, através das décimas a seguir:

 

MANÉ LIMA CENTENÁRIO



Pedro Paulo Paulino



Manoel Barbosa Lima,

Mané Lima, simplesmente,

Faria hoje cem anos,

Se estivesse entre a gente.

Porém, em noventa e seis,

Depois dos oitenta e três

Partiu para o andar de cima.

Mas inda hoje o sertão

Relembra com gratidão

Manoel Barbosa Lima.



Mil novecentos e doze,

Mané Lima ao mundo veio,

Para na terra dos homens

Dar um tranquilo passeio.

Viver, não lhe foi problema,

Pois nasceu trazendo o lema

Da mais pura retidão.

Como um feliz ser humano,

Abriu as portas do ano

Que deu à luz Gonzagão.



Na fazenda Campo Grande,

Por este sertão sem fim,

Foi que nasceu Mané Lima,

Lá no Quixeramobim.

Homem forte sertanejo,

Alimentou seu desejo

De sempre ser do sertão,

Onde nasceu e morreu

E tantos anos viveu

Sem nunca deixar seu chão.



Cidadão de roça e gado,

Também foi comerciante,

Esteio de muita gente,

Tornou-se um nome importante.

Sua fazenda Ouro Preto

Foi o seu amado gueto,

Um ponto de referência

De quem nela trabalhou.

Ali, ele atravessou

Sua feliz existência.



Zelar virtude e respeito,

Foi coisa da sua lavra,

Bem como cumprir deveres

Sem nunca quebrar palavra.

Na bodega do sertão,

No cultivo do algodão,

Quando este estava de cima,

Na ordenha no curral,

Em toda lida rural,

Estava lá Mané Lima.



No casarão da fazenda

De vistosa arquitetura,

O fruto do seu trabalho

Era visto na fartura;

Na varanda aconchegante

Recebia a cada instante

A vizinhança, e em cujo

Alpendre tão generoso

Se ouvia o fole manhoso

Do Edmundo Araújo.



Nos momentos de descanso

Da luta do dia a dia,

Era o seu prazer ouvir

“Romances” e cantoria.

Mesmo com pouca leitura,

Tinha anseio por cultura

E paixão tinha por rima;

Contar e ouvir história

Que guardava na memória,

Cativava Mané Lima.



Com D. Alzira de Sousa

Multiplicou sua vida.

Como pai e como avô

Sua missão foi cumprida.

Foi ele assim como um astro

Influente e em cujo rastro

Orbita um sistema inteiro;

Aquele sol que governa;

Ela, companheira eterna,

Ele, eterno companheiro.



Grande exemplo de moral,

Homem nobre, respeitado,

Daquele tipo que é hoje

Tão raramente encontrado.

Viveu seu tempo a seu jeito,

Zelando nome e conceito,

Sem inverter os papéis.

Foi no seu longo caminho

O tipo que um sozinho

Vale muito mais que dez.



Se não está entre nós

Esse homem já lendário,

O seu nome o representa

Hoje no seu centenário.

Viver bem foi seu escudo.

E foi tão feliz em tudo,

Que o nome rima com rima.

Nesta data memoranda,

O sertão em peso manda

Parabéns pra Mané Lima!

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